Assisti a Cegonhas: A História Que Não Te Contaram no cinema quando lançado em 2016. Não cheguei a escrever crítica sobre ele na época, mas lembro de ter me divertido bastante com os personagens, as piadas, a trama e como a narrativa se utiliza desses elementos para brincar com o papel folclórico das cegonhas na origem dos bebês. Infelizmente não foi uma animação que fez tanto sucesso nas bilheterias ou em premiações, mas é um filme muito bacana e que tem uma cena de ação em particular que me motivou a escrever esse post, já que revi o longa recentemente depois de adquiri-lo em DVD.
Para quem não sabe, o filme acompanha a dupla formada pela cegonha Junior e pela jovem Tulip, que trabalham em uma loja comandada por cegonhas e que antigamente fabricava e entregava bebês, mas após um incidente a empresa agora se concentra apenas em vendas online, com os produtos sendo entregues, claro, pelas cegonhas. Mas Junior e Tulip se veem com um problema nas mãos ao acionarem a fábrica de bebês acidentalmente, precisando entregar a criança que foi gerada para sua devida família antes que seus superiores descubram.
É no meio dessa jornada que Junior e Tulip encaram a tal cena que mencionei (não sei se é realmente necessário avisar nesse caso, mas de qualquer forma... há spoilers bem pequenininhos por aqui). Nela, a dupla precisa recuperar o bebê, que no momento está nas mãos de um grupo de pinguins. Mas como a criança está dormindo, a luta que acabamos vendo traz os personagens fazendo o possível e o impossível para não fazer barulho.
Eu já havia achado esse momento bem divertido quando vi o filme no cinema, já que a ideia por trás da cena é bacana e sua execução é muito boa. Mas ao rever recentemente, eu tive uma verdadeira crise de risos, com gargalhadas que fizeram a barriga doer, uma reação muito maior que aquela que tive originalmente. Em momentos como esse, podemos perceber com mais clareza como experiências pessoais são capazes de moldar nossa percepção em relação às obras de arte que contemplamos ou consumimos.
Mas que tipo de experiência eu posso ter tido que me deu um conhecimento que eu não tinha em 2016? Na verdade, é bem simples e até tem nome: Isabela, minha sobrinha. Isabela nasceu em 2022 e até então eu não sabia exatamente o quão difícil é colocar um bebê para dormir, ainda mais quando acorda repentinamente no meio da noite. Não que a Isabela tenha sido a primeira criança que vi nascer na família, mas como ela, minha irmã e meu cunhado precisaram passar vários dias comigo e com meus pais, acabei vendo com mais proximidade como é a rotina com um bebê. E isso fez eu até perder a conta de quantas vezes precisei me movimentar cautelosamente da mesma forma que os personagens de Cegonhas naquela cena. Tudo para não criar qualquer tipo de ruído que pudesse acordar nossa Belinha, já que fazer ela dormir de novo possivelmente seria mais difícil que escalar o Everest.
Agradeço a Isabela por ser um anjinho que proporciona experiências de vida como essa. E agradeço a Cegonhas por render uma crise de risos tão prazerosa.
Obs.: Minutos antes da publicação deste post, a pessoa que vos fala sem querer deixou um copo de metal cheio de água cair no chão, fazendo um estrondo logo quando Isabela estava dormindo no quarto ao lado com a porta aberta. Por sorte o som indesejado não foi percebido e o sono de nossa princesa não foi desestabilizado. Mas foi por pouco.